FABIO GIORDANO
da Folha de S.Paulo
Há 50 anos, os cientistas sabem que as informações hereditárias contidas nos genes são constituídas pelo ácido desoxirribonucléico (do inglês DesoxirriboNucleicAcid). Em abril de 1953, os pesquisadores James Watson e Francis Crick, por meio de uma publicação na revista "Nature", elucidaram a estrutura de uma molécula complexa, comparando-a com uma escada de cordas.
Essa descoberta foi fundamental para o desenvolvimento da biologia molecular nos anos seguintes. Em 1957, o próprio Francis Crick estabeleceu o dogma central da biologia: propôs que o fluxo de informação do DNA vai para a proteína. A partir desse conhecimento, vieram a ocorrer importantes descobertas.
Nas décadas de 60 e de 70, foi descoberta a polimerase, enzima que catalisa a síntese de DNA e o RNA mensageiro. Obteve-se a primeira molécula de DNA recombinante e foi criada a primeira companhia de engenharia genética, que veio a produzir uma proteína em uma bactéria geneticamente modificada.
Nos anos 80 e 90, foi comercializada a insulina, a primeira droga recombinante; nos EUA, foi feito o primeiro camundongo transgênico, e as plantações de tabaco geneticamente modificado foram autorizadas. A terapia gênica foi utilizada pela primeira vez com sucesso e iniciou-se oficialmente o Projeto Genoma Humano. O tomate americano, primeiro alimento modificado transgenicamente, foi liberado para o consumo; nasceu a ovelha Dolly.
Em 2000, o Brasil conseguiu terminar o mapeamento genético da bactéria que causa doença nas laranjas e, um ano depois, a empresa privada americana Celera publicava 97% do genoma humano.
Em abril deste ano, no mesmo mês em que o DNA comemora seu aniversário de 50 anos, o mapeamento é completado pela comunidade científica.