A chefe da agência de proteção ambiental americana, Lisa Jackson, deu a notícia em Copenhague: a agência terminou seu estudo sobre os efeitos dos gases que provocam aquecimento global sobre a saúde humana. Concluiu que são nocivos.
O mundo começou a respirar melhor: é que essa conclusão abre espaço para que o governo implemente leis de redução das emissões, sem precisar do Congresso - na legislação americana, o Congresso tem que aprovar tratados internacionais, mas é o presidente que deve garantir a saúde dos americanos.
O representante americano do Greenpeace, Damon Moglen, disse que o governo Obama está fazendo manobras para ter uma posição mais forte. Mas que neste ponto é impossível saber se vai agir em cima da nova conclusão, ou apenas está usando isso para pressionar o Senado a aprovar a lei de corte de emissões.
Alguma coisa os Estados Unidos vão ter que fazer se quiserem sair bem de Copenhague. Enquanto a Europa anuncia cortes de 20% das emissões até 2020, com base em 1990, os americanos prometem 17% sobre 2005 - o que comparado com 1990 é menos de 4%.
Andreas Calgren, ministro do ambiente da Suécia, país que ocupa a presidência interina da União Europeia, disse que será chocante se Obama chegar aqui sem avançar nessa proposta.
No centro de Copenhague, uma festa fazendo um trocadilho do nome da cidade com Hopenhague, “cidade da esperança”. Entre shows e um globo iluminado, principalmente os jovens da cidade se reúnem com uma mensagem tão forte quanto simples: “Queremos um mundo melhor para viver - só isso”.
O desenho desse mundo está sendo traçado em Copenhague, com base no rascunho feito em Bali, há dois anos. Foi um período de negociações intensas, mas chegou-se em Copenhague com tantas questões sem consenso que o Brasil, junto com os países em desenvolvimento, já aceitam que seja feito um acordo político, deixando a regulamentação para depois. Desde que o depois não passe do meio do ano que vem.