Cientistas afirmam ser possível cortar em até 86% as emissões de carbono substituindo a gasolina por um biocombustível proveniente do lixo.
De acordo com estudo publicado na Global Change Biology: Bioenergy, os resíduos urbanos como papel e papelão são é uma promessa de energia limpa pois dão origem ao etanol celulósico.
Esse biocombustível, assim como outros, poderia resolver três grandes problemas mundiais: a dependência de combustíveis fósseis (petróleo), a crise de energia e as emissões de gases nocivos à camada de ozônio.
A vantagem do etanol celulósico em relação a outros biocombustíveis, no entanto, seria justamente o fato dele não ser obtido diretamente de uma planta. A cana e o milho, por exemplo, são alternativas limpas mas polêmicas, pois geram a necessidade de aumento de lavoura destinada somente para este fim – o que pode levar a problemas ambientais e, segundo alguns críticos, aumento dos preços de alimentos.
Uma fonte de energia derivada de lixo urbano processado, no entanto, poderia oferecer essa economia de energia sem os custos ambientais. Por outro ladp, como seriam utilizados papéis e seus derivados, é de se imaginar que a reciclagem desse material seria comprometida.
Durante suas pesquisas, o dr Hugh Tan, da Universidade Nacional de Cingapura, e o dr. Lian Pin Koh, do ETH de Zurique, usaram o United Nation’s Human Development Index, lista das Nações Unidas sobre desenvolvimento humano, para estimar a geração de lixo de 173 países. Esses números foram comparados com o banco de dados do Earthtrends, que calcula aproximadamente a quantidade de gasolina consumida em cada país.
Os resultados mostraram que, a partir do lixo gerado, seria possível retirar material suficiente para produzir 82.93 bilhões de litros de etanol celulósico. Essa quantidade de biocombustível poderia substituir 5.36% do consumo mundial de gasolina, e diminuir as emissões de gases poluentes entre 29.2% e 86.1%.