Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais estão animados com os primeiros testes com plantas para tratamento da hipertensão. A mangabeira, por exemplo, se mostrou muito mais eficaz que o remédio mais vendido contra a pressão alta.
Ela já foi tão comum que deu nome ao Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Nas lojas de produtos naturais, é procurada pelo nome do fruto, mangaba, e vendida como cascas do tronco.
“Para controle de diabetes, colesterol e hipertensão, para quem tem pressão alta”, disse a vendedora de ervas Silvana Morais.
O que a sabedoria popular já dizia, agora foi comprovado em pesquisa científica e, mais do que isso, o resultado surpreendeu os farmacêuticos.
No combate à hipertensão, a mangabeira tem substâncias que na dose certa podem ser mais potentes e mais eficientes que remédios muitos usados hoje.
Os pesquisadores fizeram um extrato da folha, dissolveram em água e serviram a camundongos hipertensos.
As análises mostraram que o chá da mangabeira tem três princípios ativos. Juntos, eles são até dez vezes mais potentes do que o captopril, usado no tratamento da pressão alta.
O chá ainda tem uma qualidade extra: além de inibir a produção de substâncias que causam a hipertensão, ele também é vasodilatador. Nos animais, a pressão arterial baixou e ficou controlada.
“O uso do medicamento se faz em doses muito mais baixas e muito mais efetivas do que o chá preparado rotineiramente”, disse Virgínia Soares Lemos, professora do Departamento de Farmacologia da UFMG.
O comerciante Daniel Gonçalves toma o chá de casca de mangabeira há seis meses. Conheceu a receita com um sertanejo baiano.
“Realmente baixou minha pressão. O último exame que eu fiz foi em janeiro desse ano e realmente comprovou essa eficácia da mangaba”.
A especialista em plantas medicinais, Maria das Graças Lins Brandão, professora da UFMG, alerta que não se deve trocar medicamentos por chá sem autorização médica.
“O perigo é de fazer o remédio de forma inadequada, extrair uma quantidade grande de princípio ativo, usar uma dose excessiva e fazer até mal ou não fazer o efeito adequado”.
Os testes em humanos devem começar neste ano. A pesquisa também investiga os poderes da raiz do olho-de-boi contra a pressão alta.
Fonte: Jornal nacional
Mangabeira e mangaba
Echiets glauca Roem. & Schult.
Planta lactescente, com 5-7m de altura, dotada de copa arredondada. Tronco tortuoso, bastante ramificado, revestido por casca suberosa mais ou menos áspera, de 20-30cm de diâmetro. Folhas simples, glabras nas duas faces, brilhantes, coriáceas, de 7-10cm de comprimento por 3-4cm de largura, de coloração avermelhada quando novas e ao caírem. Inflorescências fasciculadas, com flores perfumadas de cor branca. Fruto baga globosa, glabra, com polpa carnosa e comestível, contendo muitas sementes.
Região nordeste do país na caatinga e, nos estados centrais até São Paulo e Mato Grosso do Sul no cerrado. E também encontrada na região litorânea e em algumas regiões do Pará e no vale do Rio Tapajós na região amazônica.
Madeira muito pesada (densidade 1,19 g/cm3), de grande resistência mecânica e praticamente imputrescível;
alburno diferenciado do cerne e facilmente decomposto.
Floresce durante os meses de setembro-novembro, ainda com os frutos da florada anterior na planta. Os frutos amadurecem em novembro-janeiro.
A madeira é empregada apenas para caixotaria e para lenha e carvão. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados, pricipalmente na região Nordeste do país, onde são regularmente comercializados nas feiras e, industrializados na forma de sorvete e doces. É cultivada na caatinga para a industrialização de seus frutos. Os frutos são também consumidos por algumas espécies de animais silvestres. A árvore, pelo porte e forma da copa pode ser utilizada na arborização de ruas estreitas.
Fonte: www.clubedasemente.org.br