Biologia
EBOLA
O que causa o Ebola?
O Ebola pode ser contraído tanto de humanos como de animais. O vírus é transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais. Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.
Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical.
Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica. Ainda não há tratamento ou vacina para o Ebola.
EBOLA
A doença por vírus Ébola (DVE), é uma doença que atinge seres humanos e outros mamíferos e que é provocada pelo Vírus Ebola ela causa uma febre grave do tipo hemorrágico transmitida por um vírus do gênero Filovirus,“um Vírus RNA De forma baciloforme ou circular” ele é altamente infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais, Há cinco espécies diferentes desse vírus, que recebe o nome do local onde foi identificado. Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi encontrado em humanos, foi pela primeira vez identificada em 1976, e 2013, a Organização Mundial de Saúde reportou um total de 1716 casos. O maior surto verificado até hoje é o ainda decorrente surto de Ebola na África Ocidental de 2014, que atualmente afeta a Guiné-Conacri, a Serra Leoa e a Libéria. Estão em curso medidas para desenvolver uma vacina, embora ainda não exista nenhuma.
Estrutura Viral
- Pertencem a família de vírus Filoviridae - Vírus RNA de forma baciloforme ou circular
- Possui nucleocapsídeo helicoidal estriado com canal axial
- Revestido por lipoproteína derivada da célula do hospedeiro
- A membrana proteica tem alongamentos em forma de espinhos
Componentes Moleculares
- Glicoproteínas
- RNA (-) rico em adenosina e uridina
- Proteínas polimerase, nucleoproteína (proteína que forma o nucleocapsídeo)
- Proteínas estruturais (VP40, VP35 [Acredita-se ser o fator de virulência que é um antagonista de IFN], VP30, VP24)
Vetores e vitimas
A doença é classificada como uma zoonose. Embora os morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do vírus Ebola, ele já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes, porcos e em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre pelo contato com sangue e fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes. Daí em diante, o vírus Ebola pode ser transmitido pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o paciente tenha sobrevivido, o vírus Ebola pode persistir ativo em seu sêmen durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser tão mortal e resistente é que libera uma proteína que desabilita o sistema de defesa do organismo.
Replicação do vírus
O vírus penetra na célula hospedeira por ligação de uma glicoproteína
O RNA (-) é desenrolado e a L polimerase sintetiza a cadeia antisense ”base do DNA usada para produzir RNAm), que codifica proteínas do vírus: - polimerase,
- glicoproteína,
- nucleoproteína
- proteínas estruturais; e de replicação.
3. Simultaneamente ocorre a replicação do genoma Viral, a polimerase sintetiza uma cadeia completa, complementar à cadeia molde de RNAm e sintetizando novas cadeias de RNAm.
OBS: O L é um gene que codifica o RNA polimerase que é responsável pela síntese de novas Cadeias virais.
Casos de Ebola
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ebola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa.
Surtos de ebola atingiram países da África em 1995, 2000, 2007, mas foram controlados. O surto de 2014 atinge Guiné, Serra Leoa e Libéria e já há casos confirmados na Nigéria. A OMS determinou estado de “emergência sanitária mundial” com o objetivo de conter o vírus e barrar surto de Ebola, o maior de que se tem conhecimento até agora.
“MSF foi para Bundibugyo e administrou um centro de tratamento. Muitos pacientes receberam cuidados. Graças a Deus, eu sobrevivi. Depois da minha recuperação, me juntei a MSF”, conta Kiiza. Estima-se que, até janeiro de 2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas.
Primeiramente, o vírus Ebola foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas no Sudão também foram infectadas com o vírus e 156 morreram.
MSF tratou centenas de pessoas afetadas pelo Ebola em Uganda, no Congo, na República Democrática do Congo, no Sudão, no Gabão e na Guiné. Em 2007, MSF conteve completamente uma epidemia de Ebola em Uganda. Oficialmente, só se considera que um surto de ebola chegou ao fim após 42 dias sem nenhum novo caso registrado.
Sintomas
O vírus pode ser adquirido através de contacto com o sangue ou outros fluidos biológicos de um ser humano ou animal infetado. A transmissão por via aérea ainda não foi documentada em ambiente natural. Acredita-se que o reservatório natural seja o morcego-da-fruta, o qual é capaz de propagar o vírus sem ser afetado. Os humanos são infetados pelo contato direto com os morcegos ou com animais que foram infetados pelos morcegos. Uma vez estabelecida a infeção humana, a doença pode-se também disseminar entre determinada população. Os sobreviventes do sexo masculino continuam a ser capazes de transmitir a doença através do sêmen durante cerca de dois meses. Para o diagnóstico de DVE, são primeiro excluídas doenças com sintomas semelhantes, como a malária, cólera ou outras febres hemorrágicas virais. Para confirmar o diagnóstico são examinadas amostras de sangue para a presença de anticorpos virais, RNA viral ou do próprio vírus.
O período de incubação dura de 2 a 21 dias. Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro. Metade dos pacientes infectados vão a óbito.
Febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios são os primeiros sinais da doença que aparecem de forma abrupta depois de cinco a dez dias do início da infecção pelo vírus Ebola. Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e perda de consciência.
Diagnóstico
Uma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada pelo vírus Ebola é que, no início, os sintomas podem ser confundidos com os de enfermidades como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento da história do paciente, se esteve exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos (Elisa IgM, PCR) e o isolamento viral são fundamentais para determinar a causa e o agente da infecção. Diante da possibilidade de uma pessoa ter entrado em contato com o vírus Ebola, ela deve ser mantida em isolamento e os serviços de saúde obrigatoriamente notificados.
O controle de um surto exige a coordenação entre vários serviços médicos, a par de um determinado nível de envolvimento da comunidade. Entre os serviços médicos necessários estão a rápida detecção e diagnóstico de pessoas de risco, rápido acesso a serviços de laboratório adequados, tratamento adequado dos infetados e gestão adequada dos mortos através de cremação ou enterro. A prevenção passa por diminuir o risco de propagação da doença entre animais infetados e seres humanos. Isto pode ser feito através do uso de vestuário de proteção ao manusear carcaças de animais suspeitas ou garantindo que toda a carne é plenamente cozinhada antes de ser consumida. Durante o contato com pessoas com a doença, deve também ser usado vestuário de proteção adequado e as mãos devem ser frequentemente lavadas. As amostras de tecidos e fluidos corporais de pessoas infetadas devem ser manuseadas com especial precaução.
Tratamento
Não existe tratamento específico para combater o vírus Ebola, que infecta os adultos e crianças sem distinção. Não existe também uma vacina contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais.
O único recurso terapêutico contra a infecção causada pelo Ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir.
No Brasil, existem dois centros de referência preparados para tratar pacientes infectados pelo vírus ebola: o Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Prevenção
Não só os agentes de saúde, mas todas as pessoas que precisam aproximar-se de pacientes com caso confirmado de ebola ou suspeita da doença são obrigadas a usar um equipamento de proteção que cobre o corpo da cabeça aos pés e que deve ser retirado com todo o cuidado para evitar contaminação. MSF conteve um surto de Ebola em Uganda em 2012, instalando uma área de controle entorno do centro de tratamento. O fim de um surto de Ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.
Recomendações
As seguintes medidas são fundamentais para evitar o contato com o vírus Ebola, como forma de prevenir a infecção e evitar a disseminação da doença;
Lave as mãos com frequência com água e sabão. Se não for possível, esfregue-as com álcool gel;
Procure não frequentar lugares que facilitem a exposição ao vírus Ebola;
Evite contato com pessoas infectadas. Quanto mais avançada a doença, maior a concentração de vírus e mais fácil o contágio;
Use vestimentas de proteção, como macacões e botas de borracha, aventais, luvas e máscaras descartáveis e protetores oculares, sempre que tiver de lidar com os pacientes. Sob nenhum pretexto reutilize agulhas e seringas. Instrumentos médicos metálicos que serão reaproveitados devem ser esterilizados.
Só coma alimentos exóticos de procedência conhecida;
Lembre que o corpo dos doentes continua oferecendo risco de contágio mesmo depois da morte.
Particularidade desta epidemia
“O problema do ebola, que levou a toda essa repercussão, é, em primeiro lugar, a mortalidade alta. Em segundo lugar, a ausência de tratamento específico. Em terceiro lugar, a grande dificuldade de controle no lugar em que está ocorrendo”, observa Camargo.
Segundo o especialista, a epidemia pode ter sido subestimada no início porque epidemias anteriores eram contidas com certa rapidez e houve uma confiança de que esse padrão se repetiria. “O que aconteceu diferente é que foi em uma região densamente povoada. No passado, aconteceu em lugares mais isolados. A concentração relativamente alta em uma tríplice fronteira, onde a movimentação é muito frequente, dificultou a contenção da doença.”
Preparo do Brasil
De acordo com especialistas, o risco de haver uma epidemia de ebola no Brasil é “quase zero”. Enquanto sempre há risco de que pessoas vindas de países onde há transmissão intensa venham a manifestar os sintomas da doença no Brasil, a resposta do país a essa situação provavelmente seria capaz de conter a expansão do vírus. As medidas tomadas pelo governo diante de um caso suspeito, identificado este mês em Cascavel, no Paraná, foram consideradas adequadas pelos infectologistas.
"A gestão do caso foi muito bem feita. Funcionou muito bem, a suspeita foi identificada, o paciente foi transferido para o Rio de Janeiro e o resultado saiu rápido”, diz Camargo. Ele acrescenta que, agora, é preciso discutir detalhes mais minuciosos, como a criação de um protocolo nacional de como os profissionais devem retirar os equipamentos de proteção e o que fazer com esse material depois do uso. “É preciso colocar a epidemia no lugar certo e diminuir o alarde da população. Não se transmite ebola pelo ar, ninguém vai pegar andando na rua. Depende de um contato íntimo com o doente e os doentes estão concentrados em uma região específica”, diz Camargo.
Números da epidemia
Desde março, foram registrados casos de ebola em sete países. Dois desses países, Nigéria e Senegal, já estão livres da doença. Veja, abaixo, detalhes dos locais com casos de ebola:
Guiné:Foram 1.519 casos - entre confirmados, prováveis e suspeitos - e 862 mortes provocadas pelo ebola.
Libéria:Foram 4.262 casos - entre confirmados, prováveis e suspeitos - dos quais 2.484 levaram a mortes.
Serra Leoa: Foram 3.410 casos - entre confirmados, provaveis e suspeitos - e 1.200 mortes pela doença.
Espanha:Houve um caso da doença e a paciente se recuperou.
Estados Unidos: Foram três casos diagnosticados no país: um paciente morreu e duas permanecem internadas.
Nigéria:Foram 20 casos de ebola - entre confirmados e prováveis - que levaram a 8 mortes. O país já está livre da doença.
Senegal:Houve apenas um caso da doença e o paciente se recuperou. O país já está livre da doença.
BIBLIOGRAFIA
http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/10/ebola-tem-expansao-mais-lenta-em-comparacao-outras-doencas.html
http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/ebola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_por_v%C3%ADrus_%C3%89bola
http://drauziovarella.com.br/letras/e/ebola/
http://medicoresponde.com.br/o-que-e-rash-cutaneo/
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