O Sinornithosaurus millenii, que habitou o planeta há 125 milhões de anos, injetava veneno para paralisar suas presas e depois devorá-las lentamente
Foto: The Times/Reprodução
Um predador com penas que viveu há 125 milhões de anos e injetava veneno para paralisar suas presas de uma forma semelhante a algumas cobras pode ter sido o primeiro dinossauro peçonhento já conhecido no planeta, segundo anunciaram cientistas. O Sinornithosaurus millenii, espécie do tamanho de um peru, tinha dentes sulcados que despejavam o veneno e um bolso na mandíbula superior que, provavelmente, de acordo com os paleontólogos, armazenava as glândulas responsáveis pela produção da substância. As informações foram divulgadas nesta terça-feira na edição online do jornal britânico The Times.
A anatomia do Sinornithosaurus é semelhante a da boomslang - uma espécie de cobra que não injeta o veneno diretamente através dos dentes da frente, mas por dentes em forma de funil que perfuram a pele das presas. A nova pesquisa oferece a evidência mais forte para a evolução do veneno em dinossauros. Embora a ideia intrigue os cientistas há muito tempo - as espécies de dilofossauro foram retratadas no filme 'Jurassic Park' cuspindo veneno - até recentemente não haviam registros fósseis para apoiá-la.
Em 2000, um dente sulcado de um dinossauro terópode foi descoberto no México, o que indica que ele também pode ter produzido veneno. No entanto, os cientistas da Universidade de Kansas e da Northeastern University (Estados Unidos), que lideraram a pesquisa, dizem ter encontrado a mais ampla evidência disso no Sinornithosaurus. Segundo eles, é provável que o animal não tenha usado seu veneno para matar, mas para imobilizar a presa e facilitar a alimentação. A mesma técnica é vista nas presas de cobras e lagartos mais modernos.
"Você não veria o Sinornithosaurus chegando. Ele teria descido de um galho de árvore atrás de você e atacado pelas costas. Uma vez que os dentes eram fincados na pele, o veneno pode se infiltrar na ferida", afirmou David Burnham, da Universidade de Kansas. "A presa entraria rapidamente em choque, apesar de ainda estar viva, para depois ser devorada lentamente pelo predador", completou.
Fonte Terra Ciência