Um estudo avaliou através de questionários e escalas específicas, o grau de afeto positivo (definido como a experiência de emoções agradáveis como alegria, felicidade, entusiasmo e contentamento) de adultos canadenses e os acompanhou por 10 anos.
Ao final deste período, indivíduos com maiores níveis de afeto positivo apresentaram significativamente menor incidência de doença arterial coronariana (obstruções nas artérias do coração por placas de gordura), a principal causa do infarto do miocádio (ataque cardíaco).
Este estudo teve como principal objetivo examinar se o afeto positivo, avaliado clinicamente, está associado a um menor risco de doença arterial coronariana, avaliado prospectivamente com 10 anos de seguimento.
Foi analisada a associação entre afeto positivo e eventos cardiovasculares em 1.739 adultos (862 homens e 877 mulheres). Enfermeiros treinados conduziram entrevistas padronizadas e posteriormente o grau de afeto positivo foi codificado em uma escala de cinco pontos. Para testar a hipótese de que o afeto positivo é capaz de predizer doença arterial coronariana, quando ajustados para sintomas depressivos e outros sentimentos negativos, foram utilizados como covariáveis uma escala de sintomas depressivos, uma escala de hostilidade e um inventário de ansiedade.
Indivíduos com níveis mais elevados de afeto positivo eram predominantemente mulheres, não fumantes, com níveis mais baixos de colesterol total e pressão arterial. Isto sugere que níveis mais elevados de afeto positivo podem estar relacionados com um perfil global mais saudável.
Houve 145 eventos relacionados à doença arterial coronariana durante o perído de acompanhamento (taxa de incidência de 9,72 eventos/1000 pessoas-ano). Após modelo ajustado para idade, sexo e fatores de risco cardiovascular, o afeto positivo diminuiu a incidência de doença arterial coronariana. Sintomas depressivos foram preditores de doença arterial coronariana. Entretanto, hostilidade e ansiedade não estiveram associadas a um aumento de doença arterial coronariana.
Neste grande estudo de base populacional, com acompanhamento de 10 anos, um maior afeto positivo foi protetor para eventos relacionados à doença arterial coronariana.
Fonte: European Heart Journal.