Aprendendo com ratos viciados em drogas
Biologia

Aprendendo com ratos viciados em drogas



 
Há muitos anos são realizados experimentos com drogas envolvendo animais de laboratórios, especialmente ratos, procurando obter uma melhor compreensão de como as drogas interferem no comportamento e fisiologia humana. Muitos podem se questionar, mas o que ratos podem nos dizer sobre a ação das drogas em humanos? Muita coisa, pois ambos são mamíferos, possuem muitas semelhanças fisiológicas, anatômicas, celulares e bioquímicas, compartilhando inúmeros genes que controlam suas atividades de forma muita semelhante. Praticamente todos os remédios desenvolvidos pela moderna indústria farmacêutica são testados quanto a sua eficiência e segurança em ratos de laboratório, para só depois em um estágio avançado da pesquisa, ser testado com segurança em cobaias humanas.

Resposta de ratos a exposição de drogas

Ratos foram colocados em gaiolas divididas em vários cômodos. Um com uma roda de exercícios, ratos gostam muitos de se manter em atividade! Outro possuía uma cama, um monte de palha. Em outro havia um mecanismo mecânico com uma alavanca azul que quando pressionado liberava água. Em outro cômodo havia um mecanismo com alavanca verde que liberava comida. No último cômodo um mecanismo com alavanca vermelha que também liberava comida. 


Nesta situação o rato distribuía bem o seu tempo passeado entre os vários cômodos para fazer exercícios, dormir, saciar a sede e comer. Todos os três mecanismos eram utilizados de forma semelhante. Mas em certo momento do experimento, um dos mecanismos de fornecimento de alimento, o vermelho, foi modificado, em vez de oferecer comida ao rato, passava a oferecer como recompensa uma dose de droga (crack, heroína, cocaína, anfetamina ou diversas outras substâncias). Em poucos dias o rato apresentava uma mudança no comportamento, passando a visitar com mais freqüência o mecanismo de fornecimento de drogas (estavam tornando-se viciado). No princípio uma leve preferência, mas com o tempo, o rato visitava com mais freqüência o cômodo aumentando o consumo da droga (cada vez consumia mais). Depois de algumas semanas ele raramente saia do cômodo (a “cracolândia” da gaiola) reduzindo drasticamente o tempo dedicado a atividades básicas, como, dormir, comer e beber. Em certo momento, depois de claramente estabelecido o vício, dificultou-se o acesso a droga. Para obter uma dose a alavanca tinha que ser pressionada 100 vezes. O rato foi insistente, pressionando de forma frenética a alavanca até conseguir a recompensa química. Posteriormente, o mecanismo foi configurado para oferecer a droga com 200, 500 e mesmo 1000 tentativas. Sempre o rato viciado pressionava a alavanca até conseguir a droga. Neste ponto se drogar era praticamente a única atividade da cobaia, que não comia, não bebia, não fazia exercícios e nem dormia. Quase morta, por desnutrição, desidratação e estresse o mecanismo que fornecia drogas foi retirado. Após algumas semanas sem acesso as drogas, o rato se recuperou bem. Após meses sem ter contato com a droga, o mecanismo de alavanca vermelha, o que oferecia droga, foi reintroduzido vazio na gaiola. Assim que o rato percebeu a alavanca vermelha começou pressionar freneticamente na tentativa de obter a droga, como não conseguiu, foram diminuídas as tentativas. Em um determinado momento foi borrifado um spray com droga na gaiola. Ao sentir no ar a droga imediatamente o rato se dirigiu ao cômodo da alavanca vermelha e fez várias tentativas.
 
Como podemos ver os ratos adquirem o vício em drogas, passam a consumir doses cada vez maiores, alteram seu comportamento, deixando de realizar atividades essenciais a preservação da saúde, procuram ficar sempre perto das drogas e mesmo depois de um longo período de abstinência não perdem a compulsão de procurar as drogas. 


Alguma semelhança com as pessoas? 




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